Toda lagarta deve entrar em reflexão profunda dentro de si mesma antes de se tornar borboleta. Assim também é o ser humano!
Compartilho aqui, algumas das minhas reflexões!

domingo, 3 de julho de 2011

Quer conquistar alguém, conquiste primeiro a si mesmo

Quando saímos para nos divertir, ir a bares, formaturas, casamentos, se ficarmos atentos, perceberemos o comportamento das pessoas. Invariavelmente, encontramos pessoas que não vemos há muito tempo e contamos nossas novidades pessoais e profissionais, em sua maioria. Nesses lugares, estamos normalmente bem vestidos, bem arrumados, com maquiagens bem feitas, cabelos bem cortados ou vindos diretamente do salão. Buscamos não repetir as roupas que usamos, principalmente quando o público que vamos encontrar nos eventos são semelhantes ao da última vez que as vestimos.
É bom parar e perguntar: por que fazemos tudo isso?
Na verdade, não vejo nada errado nisso. É ótimo se arrumar e contar suas novidades. Mas, como tudo parte de um equilíbrio, até nisso, ele é deveras importante, pois a falta de equilíbrio pode refletir muita coisa.
Muitos de nós começamos e continuamos seguindo este ritual por questões meramente culturais, mas muitos o vêm (consciente ou insconscientemente) como a oportunidade da conquista, não só de um relacionamento amoroso, mas para o reconhecimento, o destaque.
Alguns de nós se focam mais na conquista pela aparência externa. Ir a um salão é ótimo, mas brigar com o salão inteiro e ir pra sua formatura de cara emburrada por que o cabelo e a maquiagem não saíram igual à revista que você levou, já demonstra outra coisa. Afinal, a festa não era para nos divertirmos??? Outra exemplo é o de sair de sua festa triste, se não ouvir pelo menos uns 5 (to sendo eufemista! Hehe!): “Você está linda!!”
Outros focam-se no chamar a atenção pelo reconhecimento intelectual. Contam, assim como já contaram várias vezes no mesmo evento, as suas conquistas e vitórias profissionais e pessoais. Mais uma vez, nada contra, até por que, muita gente pergunta. Mas quantos de nós já não vimos pessoas que, ao perguntarmos como vão, falam como se tivessem sido chamadas para um palanque e desenrolam a falar de seus feitos como um guerreiro voltando da batalha vencida, porém tentando parecer humilde (só que nisso ele tem pouco sucesso). Além disso, é como se só ele tivesse novidades e conquistas na vida, pois a pergunta de “como vai ?”, não recebe recíproca; e quando recebe, sua resposta é cortada, pois chega mais alguém para a “platéia” e ele conta tudo que te contou como se fosse a primeira vez.
Isso não acontece só nesses “eventos”, mas até no trabalho e no dia-a-dia. Mas o que tem de comum nessas situações?
Bom, a meu ver, o desejo de conquista da atenção das pessoas transborda nesse tipo de situação. Porém, não entendo que estas pessoas o façam por maldade, empáfia ou soberba em essência, mas talvez por que há uma certa insegurança dentro de si, uma necessidade de ser confirmado, de ter certeza que está andando no caminho certo, por que no fundo não tem certeza. Pessoas que têm o desejo de convencer, de fazer com que os outros o percebam no mundo, por que ele mesmo ainda não se percebeu. Pessoas que precisam se conquistar.
Ao conquistarmos nós mesmos, seremos integrados com o que somos, seremos unos com o que nos une a todos os seres como irmãos. Ao conquistarmos a nós mesmos, veremos que esta é a conquista maior que precisamos fazer na vida. É em nossa essência que precisamos cravar a bandeira. Ninguém é soberbo, é orgulhoso, é vaidoso. Todos nós nos permitimos nos manifestarmos deste modo, quando ainda não reconhecemos o que somos.
Se não damos atenção a nós, damos atenção a outra coisa, ou seja, ao que está fora. O problema é que a necessidade de conhecermos a nós mesmos é imperativa, divina e não nos dá brecha ou descanso. Se a nossa atenção está voltada pra fora e temos essa necessidade, o natural é que procuremos fora aquilo que nos definirá, para que nos conheçamos. Por isso a moda “pega”, por isso existe a festa que está “bombando” atualmente, por isso nos definimos como “pagodeiros”, “emos”, “playboys”, etc. Pois o que somos tem sido definido pelo que os outros acham de nós, pelo que temos, pelo lugar que freqüentamos ou com quem andamos.
A conquista de nós mesmo é algo natural, que todos passaremos, mais cedo ou mais tarde, nessa vida ou em outras por vir, pois o corpo descansa, mas a alma é implacável e incansável. E digo como um palpite: quando iniciarmos de forma mais abreviada e consciente a conquista de nós mesmo, talvez seja suficiente e não precisemos conquistar mais ninguém, mas agora já será tarde, pois todos te darão atenção, não pelo seu marketing, mas pelo seu exemplo.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Fanatismo, Paixão e Realidade

Em muitos lugares e em muitas conversas sobre religião, volta e meia se fala um pouco sobre fanatismo. Muitos criticam com ojeriza aqueles que parecem fanáticos, julgando-os de “massa de manobra” das igrejas, já aqueles que parecem fanáticos assumem uma postura como se a sua razão fosse superior à de outros e ficam com aquele sentimento de “...Estão rindo de mim, mas verão que quem ri por último é que ri melhor...” Como se tivessem certeza de que seu comportamento  é na verdade uma busca incessante da divindade e que todos deveriam assim fazer.
É complicado falar de fanatismo sem mobilizar, mesmo que minimamente o ego de muitos, mas o intuito é esse. Só o movimento nos leva ao estado de questionar conhecimentos pré-estabelecidos.
Tenho percebido que o fanatismo não é nada mais que a paixão manifestada por uma determinada ideologia ou pensamento. Mas o que é paixão? Bom! O senso comum tende a entender paixão como algo avassalador, incontrolável, uma espécie de “amor exagerado” que acontece logo no início dos relacionamentos. E parece ser isso mesmo, mas a pergunta não é essa apenas. O mais interessante é perguntar: Por que?
Normalmente, nosso ego não gosta do desconhecido. Quando vê algo diferente, tenta logo comparar com algo que conhece para caracterizar, classificar e organizar. Porém, pessoas, e por que não dizer, tudo é mais complexo do que bom ou ruim, feio ou bonito, gordo ou magro, alto, baixo ou mediano, claro ou escuro, etc. Se estamos carentes de algo, colocamos expectativas perfeitas em nossa mente daquilo que nos é deficiente naquele momento: Se estamos desempregados, sonhamos com o emprego de Bill Gates (relevem meus exageros! Hehehe); se estamos sem namorada ou namorado, sonhamos com a mulher maravilha ou o superman; se não temos uma casa, sonhamos com uma casa de 5 quartos num bairro nobre. Mais uma vez, nada contra os sonhos, mas tudo contra a expectativa que é gerada normalmente através deles.
Devido a essa expectativa, quando conhecemos uma pessoa que nos parece “gente boa”, trazemos todas essas características “super” para esta pessoa. Acabamos por não enxergar quem está na nossa frente como ela é, e sim como nosso sonho dizia que ela seria. Pensando desse jeito, quem não teria um sentimento avassalador (paixão) pela mulher maravilha ou pelo superman?
Resumindo: Paixão acontece quando geramos sensações em nós mesmos ao nos relacionarmos com o que pensamos das pessoas ou coisas e não com as coisas ou pessoas como elas são.
Voltando então ao fanatismo, ele acontece exatamente quando as pessoas estão carentes de uma percepção religiosa, uma ligação com a divindade ou um sentido de vida, etc. A primeira noção de divindade ou ideologia que passe na frente e afinize-se, mesmo que minimamente, com a pessoa, poderá fazer com que ela apaixone-se por tais pensamentos. E qual é o mal disso? Se pensarmos sob essa lógica, todos nós já fomos ou ainda somos fanáticos por um clube de futebol, uma outra pessoa, um partido político ou uma religião, em maior ou menor grau, dependendo, a meu ver, da capacidade de reflexão de cada um.
O mal mesmo não é o fanatismo, até por que ele nos serve de aprendizado, no sentido em que nos ensina a nos entregar de corpo e alma àquilo que sentimos que vale a pena. Tudo bem que ainda de forma bruta, mas é um começo. Afinal, o Universo evolui passo-a-passo, sem pular etapas, do bruto ao polido, do grosseiro ao sutil. O difícil é ser flexível a ponto de usar da reflexão para desenvolver o senso crítico e se auto-questionar se o que estamos seguindo realmente vale a pena.
Todos nós, no começo de um relacionamento, seja ele com pessoas ou coisas, nos relacionamos com o que achamos da coisa e não com a coisa em si. O desafio aqui é aprofundarmos essa relação, para que ela não seja superficial. O desafio é enxergar a essência em cada um e em cada coisa. É muito fácil para um carente, apaixonar-se por um superman, difícil é essa pessoa enxergar que o superman só está nos olhos dela. Mais uma vez o Ego trabalhando no que não deve, transformando o que não conhecemos no que achamos que conhecemos.
O pior é que, se essas pessoas, enxergassem tudo e todos como realmente são, veriam que a essência de cada um é muito mais SUPER do que a gente pensa que é.
O Ego trabalha muito no esquema: Farinha pouca, meu pirão primeiro. O problema é que, quando o verdadeiro banquete chega, não tem mais onde colocar comida.
O meu recado final é: Viva o inusitado, o novo, ou melhor, a realidade. Pois nada é igual ao que passou.

domingo, 27 de março de 2011

O mestre e o caranguejo

Ontem, num curso que colaboro chamado NUDHES (Núcleo de Desenvolvimento Humano Extra-Sensorial e Sensorial), discorremos sobre a Força em Domínio chamada CONCENTRAÇÃO! Hoje, ao pensar em publicar no Blog, lembrei dessa mensagem que havia escrito no ano passado. Segue abaixo!


Um mestre e seu discípulo caminhavam na beira da praia, próximos a uma rua movimentada, cheia de carros e pedestres. Num determinado momento, o mestre viu um caranguejo que caminhava sobre o acostamento do asfalto. Imediatamente, o mestre dirigiu-se ao caranguejo e olhou para ele. O discípulo foi pego de surpresa e não entendia a intenção do mestre.
O mestre então abaixou-se e tentou pegar o caranguejo com a mão, mas percebeu que seria uma tarefa difícil pois o caranguejo fugia ou tentava “abocanhar” seu dedo a cada tentativa. O mestre ficou meio agachado, rodeando o caranguejo por todos os lados, tentando fazê-lo parar de fugir, mas ele teimava em fugir e atacar.
A essa altura, alguns transeuntes observavam a cena de longe e muitos riam ao ver um homem correndo atrás de um caranguejo. O discípulo, tomado pelo sentimento de raiva, não sabia se observava as tentativas do mestre ou olhava para as pessoas a rirem, pensando no que dizer para que elas se afastassem e deixassem o mestre fazer seu trabalho em paz. A dúvida também o atormentava: O que será que o mestre quer com um caranguejo?
O mestre então tirou a camisa e jogou-a sobre o caranguejo. Pegou a camisa com o caranguejo dentro e dirigiu-se à praia. Lá chegando, ainda sob os olhares de muitas pessoas, colocou o caranguejo próximo à água. O caranguejo ainda o olhou “armado”, pronto para atacar. Depois virou-se e dirigiu-se à água.
O mestre voltou da praia e muitas das pessoas já haviam parado de olhar a cena. O discípulo veio correndo ao encontro do mestre e, curioso, perguntou:
- Mestre! Porque fizeste isso? Sei que não é uma emoção boa de se ter, mas morri de raiva com as pessoas rindo do senhor.
- Meu filho! – respondeu o mestre – Muito bom que as pessoas riam da bondade e caridade humanas. Lamento apenas que, por falta de prática, não tenhamos tantos motivos para rir assim.
O discípulo refletiu sobre as palavras ditas e, num súbito, passou a sentir uma angústia irreparável. Uma sensação de peso, como se alguém muito querido estivesse doente e um sentimento de impotência o tomasse como uma torrente de cachoeira caindo sobre sua cabeça. Vários pensamentos de situações em que ele percebeu, em milésimos de segundo, como as pessoas estavam agindo no dia-a-dia, mas que, talvez por falta de vontade, ele quis entender aquilo como natural, pois era tão comum que não podia ser tão errado.
O mestre, percebendo a angústia do discípulo, falou:
- Filho! Agora que refletistes, deves ter percebido a intenção de minha atitude. Não há motivação maior que o exemplo. No nosso dia-a-dia, encontramos vários caranguejos andando por aí a esmo. A grande maioria deles não sabe o que faz e muito menos para onde está indo. Por isso mesmo, vivem apressados, tentando chegar a um lugar que não saberão onde é quando lá chegarem. E, não raro, lutam para permanecerem onde estão, por medo de mudarem de lugar ou receio do auxílio dos homens de boa vontade. Porém, a bondade e a caridade humanas são as armas que um verdadeiro guerreiro da luz deve usar, no sentido de alertar, advertir e aconselhar aqueles perdidos na ignorância da realidade e, até mesmo, se não perceberem que estão caminhando para a morte certa, deve-se jogar sobre eles o manto da realidade e mostrá-los finalmente, que o universo abarca homens que, por puro amor à perfeição da vida, insistem em ser mais que comuns. 

segunda-feira, 7 de março de 2011

Quebra de paradigmas!

Caros amigos,

Uma vez que terminei de contar minha jornada, tenho postado pouco aqui. Vou fazer um esforço para postar mais. As reflexões são muitas. Realmente, a gente não para de crescer e evoluir nunca. Mas tenho percebido que algo necessário e indispensável para que essa evolução ocorra de forma sutil, sem mágoas ou machucados, mais rápida e abreviadamente é a flexibilidade. No universo há tudo, rigidez e flexibilidade. Mas exalto a flexibilidade, pois o nosso planeta tem sofrido com a rigidez exacerbada de suas convicções e condicionamentos. Afirmamos aos quatro ventos coisas que ouvimos na esquina, num bar ou num salão de beleza.
 Mas o pior não é isso, o pior é defendermos com unhas e dentes convicções que nem chegamos a refletir. Verdades que nos foram reveladas, mas nunca experimentadas. Quantas vezes nós já ouvimos: - "Não existe felicidade! Só existem momentos felizes!"
E muitos de nós vivem repetindo estes dizeres como se fossem verdades comprovadas em laboratório. Como podemos afirmar que algo não existe se não comprovamos a sua inexistência ou a existência de algo que a substitua? A meu ver, é o mesmo que dizer a um índio que viveu toda sua vida na floresta amazônica sem nunca ver televisão que existe um lugar onde o mato não cresce e a temperatura é muito fria a ponto de só existir gelo. Se esse índio agir como a maioria do planeta age, primeiro ele nem saberá o que é gelo! Segundo que ele provavelmente não acreditará em você, pois o que você está falando não fez parte da experiência dele. É o inusitado, o novo. Nossa mente não está acostumada ao novo. Ela quer sempre dar um sentido já conhecido ao que entra em contato. Quer dar nome às coisas. Mas o nome não é a coisa. É só uma característica atribuída à coisa. E o nome certamente vai limitar o que a coisa realmente é. Vai limitar a realidade a sua capacidade de percebê-la. Vai deixar a realidade rígida, assim como suas ações.
Mas o mundo não é todo rigidez. Pelo contrário, rígidas são apenas as regras que o regem, que são perfeitas, e por assim serem, são imutáveis. Porém, tudo que é regido por estas leis está em constante transformação, em busca de evoluir, chegar à perfeição, à imutabilidade.
Logo, é hora de pararmos para pensar se o problema da felicidade não está em nós e não na felicidade em si. A rigidez está em como compreendemos a felicidade, como a concebemos. Muitos de nós ficam infelizes por que criam uma imagem do que deveriam ser, e quando não conseguem atingir o alvo, acham-se incapazes e têm a sensação de estarem sempre insatisfeitos, pois acham que a imagem que fazem de si mesmos é sempre melhor do que os próprios. Imagem essa que é construída com padrões pré-estabelecidos de beleza, educação, conduta, oratória, moda, etc. O que devemos fazer então? Talvez o melhor seja focar em nós mesmos. Talvez assim percebamos que somos milhões de vezes melhores que a imagem que fazemos que é baseada no senso comum. Sentimos e refletimos pouco, porém criamos pensamentos e ressignificamos demais. Se não houvesse a forma de agir ousada, repensar conceitos e paradigmas, estaríamos até hoje pensando que a Terra é o centro do universo. 
O ser humano foi feito para quebrar paradigmas. Essa Lei sim é imutável. Essa Lei é que deve ser rígida! Sem quebra de paradigmas, não há evolução, só rigidez, estagnação, monotonia, tédio e infelicidade.
Quebre seu paradigma do dia e seja feliz!

P.S.1: Abaixo coloco dois vídeos meio longos, mas que valem bastante a pena para ajudar a repensarmos nossas vidas e termos uma visão do mundo diferente. Não acredite ou desacredite do que você vir nesses vídeos, apenas reflita e sinta. Acredite no que faz sentido para você. Não por que é A ou B falando, ou por que tem título C ou D, ou por que está na moda. A verdade sobre as coisas está mais próxima do que podemos imaginar. Não por que o que se diz nesses vídeos está certo ou errado, mas pelo fato de se questionar o conhecimento pré-estabelecido, ou seja, em busca de quebrar paradigmas! O que não explica, complica! Logo, precisamos de algo que explique. "Conhecei a Verdade e Ela vos libertará!"

P.S.2: Finalmente comecei a escrever meu livro. Espero terminar rápido. Tem mais 03 sinopses feitas na fila. Uma coisa com certeza não vai faltar: reflexão!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A trilha de um homem só! - Parte 06





Quinta-Feira 26/08/2010
Acordei antes do Sol levantar. A lua ainda estava altiva no céu. Comecei a refletir sobre o que fazer no dia e, entre outras coisas, decidi que sairia da casa de Seu Jura depois do almoço e iria a Irecê ver meu irmão Geno e sua família.
Fiz meu G:. matinal e tratei de arrumar a mochila toda. Coloquei ela dentro da barraca, pois o orvalho matinal ainda estava presente e eu queria esperar o Sol sair um pouco mais para secar a barraca antes de empacotá-la. Comi um pouco, peguei o GPS e a câmera e fui tirar fotos dos 04 Santuários que eu havia achado anteriormente, mas não tinha levado GPS para marcar o ponto e nem câmera para registrar. Fui, fiz as formalidades, um G:., marquei no GPS  e tirei fotos em cada um deles. Na volta, já chegando, bati o joelho esquerdo numa pedra. Na hora estava ansioso para chegar no Santuário pois tinha vontade de fazer necessidades desde o início da subida. Essa batida me fez refletir sobre o meu estado de ANSIEDADE. “Pude observar mais uma vez que ela é uma péssima conselheira. É como um motorista imprudente que acelera onde não deve e sai tresloucadamente sem respeitar as leis. E, invariavelmente, acaba por causar dor a si e/ou a outros.” Cheguei, fiz o que devia, desarmei a barraca, arrumei a mochila e fui escrever. Me despedi então do Santuário e parti em direção à casa de Seu Jura. Eram 09h.
Fiz a despedida como planejado e saí em direção à cachoeira. Cheguei na verdade em outra cachoeira, no lugar errado; mas logo achei a entrada certa. Saudei o elemento ÁGUA e continuei andando. Em pouco tempo cheguei no descampado da casa de Seu Jura. Tirei fotos do Santuário, entrei e fiz um G:. voltado para a montanha do Guarda-Mor para me despedir e, novamente, fui agraciado com o reconhecimento da Mãe, Mestra e Serva NATUREZA. Foi um momento especial! 
“Esqueci de falar que na despedida no Santuário lá em cima, marquei minha presença e foi totalmente diferente da primeira vez que o fiz. Minha voz ecoou como se cada canto ao meu redor repetisse com intensidade minhas palavras, espargindo minha intenção aos 04 pontos cardeais.”
Fui à casa de Seu Jura e bati um bom papo com eles. Seu Deinho estava lá também. As paredes do silo estavam quase todas levantadas. Parece que foi ontem que saí daqui. Fiz um lanche, depois ficamos um bom tempo batendo papo e contando piadas. Falamos muito de alguns irmãos, contando histórias, etc. Almoçamos. Descansamos um pouco, depois fui tomar banho no rio. Tinha uma cobra d’água lá. No início deu medo e olhei para todos os lados para ver se não tinha outra. Lembrei então que não tinha saudado o elemento ÁGUA e prontamente o fiz. Acaso (que eu particularmente acho que não existe) ou não, ela subiu numa pedra depois desceu rio abaixo. Tomei mais coragem e confiança e continuei meu banho. Fui então escrever para depois seguir viagem para Irecê e encontrar meu irmão Geno.
Arrumei a mochila nas costas e me despedi de Seu Jura e Deinho que, pelo jeito, iam demorar apenas mais um dia para terminar a obra. D. Raimunda fez questão de me acompanhar até a entrada da trilha que dá em Catolés para que eu não corresse o risco de me perder de novo. Chegando no ponto determinado, nos despedimos e eu segui até Catolés. Antes, claro, fiz um G:. logo que ela saiu de vista para agradecer tudo até agora e pedir a orientação dos meus Guias e dos Elementais. Não demorei muito e cheguei em Catolés. Como sempre, passei dando boa tarde a todos, o que não era nem um pouco difícil, já que o que eu sentia dentro de mim era um amor forte, prestes a explodir e espargir para tudo e todos ao meu redor. Cheguei no carro, tirei a mochila e fui ligar do orelhão para Milton, que é o namorado da filha caçula de Seu Jura. D. Raimunda tinha dito que ele tinha uma encomenda que eu poderia levar para ela que estava em Salvador. Cheguei a ir na casa da mãe dele, mas não o achei. Algumas pessoas da rua falaram que ele estava na casa do tio e uma senhora foi lá chamá-lo. Ele veio e disse que a encomenda ainda não estava pronta e preferia mandar depois. Pedi para ele arranjar um pouco de água para colocar no limpador de pára-brisas do carro. Ele prontamente me atendeu. Agradeci e segui viagem.
Cheguei na BA-148, onde fica Piatã, mais ou menos às 17:40. Tinha que acelerar para não chegar em Irecê muito tarde. Primeiro por que não é bom dirigir à noite e depois por que amanhã é sexta e Geno e sua esposa Alessandra provavelmente iriam trabalhar cedo. Como a BA-148 não estava ruim, tive a oportunidade de acelerar mais. Antes de ela acabar, já anoiteceu. A estrada estava praticamente vazia. Olhei para o céu, e à minha esquerda, lá estava a E:.F:. marcando presença e protegendo seu obreiro.
Cheguei em Seabra às 18:45, liguei para Geno e avisei que estava indo visitá-los e que chegaria lá em 02 horas. Liguei para Déa e minha mãe, mas não consegui falar com elas. Mandei um SMS pra Déa informando que ia passar em Irecê, que estava com Saudades e que a Amava. Abasteci o carro e meu estômago (só um lanchinho) e segui viagem. O frentista do posto havia me dito que eram 150 Km até Irecê e que a estrada estava um “tapete”. Melhor ainda!
Segui em frente e passei por muitas cidades. Mesmo assim, na maior parte do caminho a estrada era sem ladeiras e realmente estava um “tapete”. Tomei todas as precauções para dirigir prudentemente à noite (farol alto quando não tinham outros carros, pisca quando passava ou ultrapassava alguém e muita atenção às placas).
Cheguei em Irecê com segurança às 21h. Na casa de Geno, além dele, de Alessandra (esposa) e de Paulinho (filho), ainda estava a mãe dele para me receber. Uma pessoa maravilhosa. Tomei um banho e desatamos a conversar e matar a Saudade. Eta família que eu gosto!!! Até quando estávamos jantando, não paramos de conversar. Foi muito bom ver meu amigo-irmão de longa data tão bem depois de tudo que ele passou. Ficamos conversando até 01 hora da madrugada de sexta. Realmente eu não poderia ter feito coisa melhor do que ir a Irecê vê-los. Eu sei que a verba estava apertada, mas para que serve o dinheiro senão para situações como essa? O que eram 50 reais a mais de gasolina por um reencontro como esse, que não acontecia há mais de um ano? Não tem preço!! Sem falar na surpresa de ver Paulinho enorme, que não tem nem 02 anos mas já conversa e tem uma personalidade firme. Uma figurinha!! Fui dormir depois de fazer um G:. de boa noite.

Sexta-feira 27/08/11
Acordei do sono dos justos. Bem cedo para quem tinha dormido apenas 01 hora. Acordei 07h e ninguém mais na casa estava acordado. Fiz meu G:. matinal e algumas orações. Fui para sala, e quando ia começar a aprofundar os exercícios, Alessandra acordou e foi fazer o café da manhã. Fiquei conversando com ela sobre como eles estavam após terem mudado para Irecê. Graças ao Pai, estava tudo realmente bem.  A empregada chegou logo depois. Geno acordou. Tomamos café conversando mais um pouco, depois ele foi para o trabalho e nos despedimos. Logo depois, me despedi de Alessandra, Paulinho e da empregada e também saí em viagem. Eram 08:40. Parei num posto logo à frente, abasteci o carro e saí decidido a parar só em Ipirá para outra reabastecida.
A viagem foi muito tranqüila. Estrada vazia. Tudo muito bom. Voltei refletindo que, assim como todo muçulmano deve ir a Meca uma vez na vida, todo ser humano deveria encher o tanque do carro e fazer uma viagem dessas. Sair por aí visitando as belezas da Natureza, sem é claro esquecer de visitar as Montanhas da Chapada Diamantina.
Parei em Ipirá por alguns minutos. Eram 12:10. Fui ao banheiro, abasteci o carro e comprei um lanchinho. Segui viagem o mais rápido que pude, pois Déa não tinha ido trabalhar hoje para ficarmos juntos.
O tempo voou. Cheguei em casa 14:09 e Déa já estava me esperando na garagem. Demos aquele abraço e aquele beijo de reencontro, pois depois de uma viagem dessas, acredito que nem uma pedra voltaria do mesmo jeito; quanto mais alguém que foi buscar entrar no casulo. Mas ainda falta muito para sair dele. A metamorfose continua. Devagar e sempre!!!

FIM, para um novo Recomeço

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A trilha de um homem só! - Parte 05

...Continuando a quarta-feira (25/08/10)



Eram 11:35. Já que hoje seria o dia da Onilateração, fui trabalhar. Saí da barraca e fiquei um bom tempo no exercício de O:. P:. P:. N:. Tinham vários mosquitos e moscas que pareciam estar ali para testar minha perseverança. Continuei. Deixei até que o mosquito picasse meu lábio superior, mas chegou um ponto em que eu percebi que a concentração não estava satisfatória. Entrei de novo na barraca e fui fazer AUTO-PERCEPÇÃO deitado. Quando me levantei, uns 40 minutos depois, minha mão estava dormente. Fui comer um pouco. Acho que vir aqui nessas condições seria um ótimo remédio para ansiedade. Se os psiquiatras soubessem disso...
A paz é tão grande e plena que até o ato de comer é delicado e parcimonioso. A gente realmente saboreia cada coisa, cada pedaço.
Ao acabar, alonguei um pouco, escovei os dentes e recomecei os exercícios. Primeiro fiquei um bom tempo com o exercício da Circ:. Cer:. e aumentei a percepção de mim mesmo.  Senti o bater do meu coração e minha respiração como se eu fosse os próprios órgãos correspondentes. Tive a sensação de poder alterar o bater do meu coração quando quisesse. Depois, aprofundei em mim mesmo, de novo em AUTO-PERCEPÇÃO, mas dessa vez sentado. – “Tem momentos que a gente esquece que está ali. É impossível explicar. O tempo parece que pára para que possamos observar tudo de dentro para fora. Acho que esses relatos servirão muito mais para que eu me recorde da riqueza dessa viagem, pois ninguém entenderá meus relatos, a não ser que tente por si mesmo uma viagem como essa.” Quando dei por mim, alonguei de novo, dessa vez de forma mais completa e fui fazer o exercício da A:. M:.. Sentei na posição mais confortável possível na pedra e fiz o exercício com uma folha bem bonita de uma planta na entrada do Santuário. Os pensamentos quiseram me assaltar de novo. Vinham as imaginações mais esdrúxulas , mas elas não eram maiores que eu. Percebi que tudo aquilo era uma tentativa de minha mente de me afastar da novidade para manter-se com imaginária segurança, presa ao que já conhece; fugindo do novo e tentando fantasiá-lo como conhecido. Lembrei inclusive do sonho que havia tido e me entreguei momentaneamente às imaginações, pois lembrei que, se lutamos contra as coisas e não as compreendemos em sua essência, essa coisa persiste mais e nos chama mais atenção por que “quer” ser compreendida. Afinal, “experiência não compreendida é experiência que há de ser repetida.”
Deixei-me levar e dei tempo ao tempo, afinal, eu somos eternos e temos todo o tempo do mundo, mas as imaginações só insistem até que apareça o novo. A ansiedade num momento desses, apenas nos atrasa, e desvia nosso foco perceptivo. E, finalmente, as imaginações foram embora. Me entreguei totalmente à relação com aquela simples e pequena folha na aparência. Mas percebi que, a cada instante que passava, ela se mostrava mais para mim. Eu percebia com detalhes, cada veio e ruga de sua superfície e, quanto mais eu aprofundava, mais claro eu via; não só a aparência, porém aquilo que vi da essência, não pode ser descrito, pois as lentes da matéria foram retiradas momentaneamente, para que a realidade se mostrasse de forma esplendorosa. Foi mágico! – “Tenho que lembrar de falar com minha esposa para botarmos plantas em casa.”
Depois, parti para o exercício de contemplação. Sentei o mais confortavelmente que pude e fiz o T:. da G:. com foco em uma pedra do paredão logo à frente. Mais uma vez a experiência foi ímpar. Comecei a ver tudo ao redor da pedra em tons de preto, branco e cinza. Bem parecido com a experiência que tive em Janeiro e havia perguntado ao Mestre se eram os ÉTERES formadores de tudo e ele confirmou. Parecia que essas pequenas partículas se moviam, vibravam em busca de um padrão, uma harmonia, que, em conjunto, se mostrava como aquela paisagem. Uma reflexão me veio de pronto e criei uma metáfora das pedras da montanha com a humanidade: “Quando a necessidade exige, placas tectônicas se chocam e o resultado são essas elevações montanhosas, feitas de terra, mas principalmente, de pedras. Algumas mais próximas do chão, outras lá no alto. O chão é onde elas ficam niveladas, em equilíbrio. As que estão no alto, normalmente estão conectadas a outras pedras ou à terra no alto, e não “querem” largar de lá. Mas as intempéries e contingências da vida levam essas pedras a quebrarem essas ligações e descerem montanha abaixo. Algumas descem tudo até o chão, outras se agarram firmemente a outra fonte de equilíbrio momentâneo e ilusório. Mas, nessas quedas, todas perdem um pouco de seus picos, suas asperezas; o que acontece também pela ação da vida, do vento, da chuva, do fogo, etc. Mas, se virmos e tivermos a possibilidade de medir, veremos que as montanhas sempre diminuem em altura para ganhar em largura e abranger todas aquelas pedras que um dia caíram, mas agora encontram-se em equilíbrio puro e pleno, cada vez menos ásperas, cada vez mais esféricas, cada vez menos pedras e cada vez mais energia.”
Vim então escrever a reflexão que tive. Mais uma vez pude provar que Deus, a energia consciente, perfeita que a tudo envolve, penetra e vivifica, está realmente em tudo. Do macro ao micro, tudo reflete Ele. E, se compreendermos profundamente uma coisa, compreendemos tudo. Mas isso para mim foi apenas uma parte. Preciso aprofundar mais. Fui fazer mais exercícios. Eram 16:15. Ah! Me empolguei tanto com a experiência que esqueci de contar a outra. No final do exercício, quando dei atenção mais profunda a mim mesmo, vi um bebê; não sei se menino ou menina, de cabelo preto, os olhos bem fechadinhos; e estávamos de branco, molhando os pés dele na água de uma vasilha de metal.
Comecei a fazer a EXPANSÃO. Expandi para todas as pessoas que vieram a minha cabeça. Foram mais de 100, muito mais. Tanto que demorei 40 minutos só nesse exercício. Vi que já eram 17:00. Liguei o rádio e testei. Não deu nada. Ou onde eu estou não chega sinal da casa de Seu Jura, ou eles esqueceram de ligar o rádio.  Para tirar a dúvida, desci até perto da cachoeira e nada. Depois, subi o outro lado do vale e fui até o topo. Nada de novo. Quase certo que eles esqueceram de ligar. Mais uma noite seremos Deus e eu no sertão... Mas dessa vez, parece que vem chuva. Tinham umas nuvens escuras vindo de nordeste e talvez cheguem aqui. Tratei logo de arrumar a fogueira. Se ela não acendesse por causa da chuva, eu ia fazer a comida no fogareiro, na varanda da barraca.



Esperei um pouco observando o céu. Foi tudo ficando bem escuro. As nuvens negras tomaram o céu enquanto a lua não aparecia. Se eu desligasse a lanterna, era breu total. Tratei logo de acender a fogueira, mas quem disse que ela queria pegar!? Não tinha um "pé" de vento passando e o fogo nem consumia a madeira toda e já virava apenas brasa. Eu soprava e abanava com a tampa da panela e só vinha brasa de novo. Eu afastei as brasas e madeiras um pouco da pedra para ver se o fogo melhorava, mas só melhorou um pouco. Fiz a saudação do elemento e melhorou pouco também. A solução foi encher de madeira e esperar o tempo passar.
Eu coloquei a panela logo no fogo e ele foi melhorando aos poucos. Quando eu percebi que a água ia ferver e fui na barraca pegar os mantimentos, começou a pingar. Eu guardei o que pude e tratei logo de colocar os mantimentos no fogo. Percebi que a chuva era passageira. Cozinhei tudo, tirei fotos como prometido e comi na porta da barraca. Uma Delícia!!! Miojo aos 04 queijos com atum!! Hehehehe!! Esse tipo de comida na montanha a gente come rápido por que esfria num piscar de olhos. Depois, fiz um G:. de agradecimento e fiquei cuidando do fogo. Fui escrever. Comecei às 20:26. Fui fazer mais alguns exercícios psíquicos e fui dormir. Ouvi músicas enquanto me entregava aos exercícios, mas só as reflexivas! Hehehe!
“Caí no sono ouvindo as músicas. Quando a atenção reina, é incrível a diferença na hora de ouvir músicas. Quando estamos ouvindo no carro, dirigindo, só prestamos atenção na voz do cantor, nos solos e olhe lá. Mas aqui, no silêncio e paciência, onde o que reina é a atenção a uma coisa de cada vez, tanto o ato de escrever sai melhor e sem pensar muito (parece que a mão escreve sozinha), quanto, nas músicas, conseguimos ouvir cada instrumento, cada detalhe, desvendamos cada palavra, principalmente em inglês, que às vezes é difícil de entender ao ouvirmos no carro. Da até para imaginar o rosto da pessoa cantando, com a boca fazendo cada movimento ao cantar. Além disso, no carro, quando uma música está acabando, às vezes a gente muda logo para outra para não ouvir a finalização. Aqui a gente tem atenção para ouvir tudo, do início ao fim, como se fôssemos nós executando a música.”
Quando dormi, mais uma vez sonhei com muita gente. Gente até que eu não falo há muito tempo como um amigo da Pituba (onde eu morava). Ou até uma colega do 3˚ ano que nem era muito chegada e eu hoje nem sei onde está. O irmão dela no sonho tinha os olhos da cor dos dela e namorava uma outra amiga minha (C.). Nos sonhos eu estava sempre tentando ajudar alguém. Consegui ajudar meu amigo com os problemas que ele tinha  e outras mais. Mas algumas pessoas eu não tinha o que fazer. Como, por exemplo, C.. Ela e suas amigas pareciam não querer sair do estado psíquico em que se encontravam. Sonhei também com H. e T., grandes amigos, irmãos.