Toda lagarta deve entrar em reflexão profunda dentro de si mesma antes de se tornar borboleta. Assim também é o ser humano!
Compartilho aqui, algumas das minhas reflexões!

domingo, 3 de julho de 2011

Quer conquistar alguém, conquiste primeiro a si mesmo

Quando saímos para nos divertir, ir a bares, formaturas, casamentos, se ficarmos atentos, perceberemos o comportamento das pessoas. Invariavelmente, encontramos pessoas que não vemos há muito tempo e contamos nossas novidades pessoais e profissionais, em sua maioria. Nesses lugares, estamos normalmente bem vestidos, bem arrumados, com maquiagens bem feitas, cabelos bem cortados ou vindos diretamente do salão. Buscamos não repetir as roupas que usamos, principalmente quando o público que vamos encontrar nos eventos são semelhantes ao da última vez que as vestimos.
É bom parar e perguntar: por que fazemos tudo isso?
Na verdade, não vejo nada errado nisso. É ótimo se arrumar e contar suas novidades. Mas, como tudo parte de um equilíbrio, até nisso, ele é deveras importante, pois a falta de equilíbrio pode refletir muita coisa.
Muitos de nós começamos e continuamos seguindo este ritual por questões meramente culturais, mas muitos o vêm (consciente ou insconscientemente) como a oportunidade da conquista, não só de um relacionamento amoroso, mas para o reconhecimento, o destaque.
Alguns de nós se focam mais na conquista pela aparência externa. Ir a um salão é ótimo, mas brigar com o salão inteiro e ir pra sua formatura de cara emburrada por que o cabelo e a maquiagem não saíram igual à revista que você levou, já demonstra outra coisa. Afinal, a festa não era para nos divertirmos??? Outra exemplo é o de sair de sua festa triste, se não ouvir pelo menos uns 5 (to sendo eufemista! Hehe!): “Você está linda!!”
Outros focam-se no chamar a atenção pelo reconhecimento intelectual. Contam, assim como já contaram várias vezes no mesmo evento, as suas conquistas e vitórias profissionais e pessoais. Mais uma vez, nada contra, até por que, muita gente pergunta. Mas quantos de nós já não vimos pessoas que, ao perguntarmos como vão, falam como se tivessem sido chamadas para um palanque e desenrolam a falar de seus feitos como um guerreiro voltando da batalha vencida, porém tentando parecer humilde (só que nisso ele tem pouco sucesso). Além disso, é como se só ele tivesse novidades e conquistas na vida, pois a pergunta de “como vai ?”, não recebe recíproca; e quando recebe, sua resposta é cortada, pois chega mais alguém para a “platéia” e ele conta tudo que te contou como se fosse a primeira vez.
Isso não acontece só nesses “eventos”, mas até no trabalho e no dia-a-dia. Mas o que tem de comum nessas situações?
Bom, a meu ver, o desejo de conquista da atenção das pessoas transborda nesse tipo de situação. Porém, não entendo que estas pessoas o façam por maldade, empáfia ou soberba em essência, mas talvez por que há uma certa insegurança dentro de si, uma necessidade de ser confirmado, de ter certeza que está andando no caminho certo, por que no fundo não tem certeza. Pessoas que têm o desejo de convencer, de fazer com que os outros o percebam no mundo, por que ele mesmo ainda não se percebeu. Pessoas que precisam se conquistar.
Ao conquistarmos nós mesmos, seremos integrados com o que somos, seremos unos com o que nos une a todos os seres como irmãos. Ao conquistarmos a nós mesmos, veremos que esta é a conquista maior que precisamos fazer na vida. É em nossa essência que precisamos cravar a bandeira. Ninguém é soberbo, é orgulhoso, é vaidoso. Todos nós nos permitimos nos manifestarmos deste modo, quando ainda não reconhecemos o que somos.
Se não damos atenção a nós, damos atenção a outra coisa, ou seja, ao que está fora. O problema é que a necessidade de conhecermos a nós mesmos é imperativa, divina e não nos dá brecha ou descanso. Se a nossa atenção está voltada pra fora e temos essa necessidade, o natural é que procuremos fora aquilo que nos definirá, para que nos conheçamos. Por isso a moda “pega”, por isso existe a festa que está “bombando” atualmente, por isso nos definimos como “pagodeiros”, “emos”, “playboys”, etc. Pois o que somos tem sido definido pelo que os outros acham de nós, pelo que temos, pelo lugar que freqüentamos ou com quem andamos.
A conquista de nós mesmo é algo natural, que todos passaremos, mais cedo ou mais tarde, nessa vida ou em outras por vir, pois o corpo descansa, mas a alma é implacável e incansável. E digo como um palpite: quando iniciarmos de forma mais abreviada e consciente a conquista de nós mesmo, talvez seja suficiente e não precisemos conquistar mais ninguém, mas agora já será tarde, pois todos te darão atenção, não pelo seu marketing, mas pelo seu exemplo.

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