Toda lagarta deve entrar em reflexão profunda dentro de si mesma antes de se tornar borboleta. Assim também é o ser humano!
Compartilho aqui, algumas das minhas reflexões!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A trilha de um homem só! - Parte 06





Quinta-Feira 26/08/2010
Acordei antes do Sol levantar. A lua ainda estava altiva no céu. Comecei a refletir sobre o que fazer no dia e, entre outras coisas, decidi que sairia da casa de Seu Jura depois do almoço e iria a Irecê ver meu irmão Geno e sua família.
Fiz meu G:. matinal e tratei de arrumar a mochila toda. Coloquei ela dentro da barraca, pois o orvalho matinal ainda estava presente e eu queria esperar o Sol sair um pouco mais para secar a barraca antes de empacotá-la. Comi um pouco, peguei o GPS e a câmera e fui tirar fotos dos 04 Santuários que eu havia achado anteriormente, mas não tinha levado GPS para marcar o ponto e nem câmera para registrar. Fui, fiz as formalidades, um G:., marquei no GPS  e tirei fotos em cada um deles. Na volta, já chegando, bati o joelho esquerdo numa pedra. Na hora estava ansioso para chegar no Santuário pois tinha vontade de fazer necessidades desde o início da subida. Essa batida me fez refletir sobre o meu estado de ANSIEDADE. “Pude observar mais uma vez que ela é uma péssima conselheira. É como um motorista imprudente que acelera onde não deve e sai tresloucadamente sem respeitar as leis. E, invariavelmente, acaba por causar dor a si e/ou a outros.” Cheguei, fiz o que devia, desarmei a barraca, arrumei a mochila e fui escrever. Me despedi então do Santuário e parti em direção à casa de Seu Jura. Eram 09h.
Fiz a despedida como planejado e saí em direção à cachoeira. Cheguei na verdade em outra cachoeira, no lugar errado; mas logo achei a entrada certa. Saudei o elemento ÁGUA e continuei andando. Em pouco tempo cheguei no descampado da casa de Seu Jura. Tirei fotos do Santuário, entrei e fiz um G:. voltado para a montanha do Guarda-Mor para me despedir e, novamente, fui agraciado com o reconhecimento da Mãe, Mestra e Serva NATUREZA. Foi um momento especial! 
“Esqueci de falar que na despedida no Santuário lá em cima, marquei minha presença e foi totalmente diferente da primeira vez que o fiz. Minha voz ecoou como se cada canto ao meu redor repetisse com intensidade minhas palavras, espargindo minha intenção aos 04 pontos cardeais.”
Fui à casa de Seu Jura e bati um bom papo com eles. Seu Deinho estava lá também. As paredes do silo estavam quase todas levantadas. Parece que foi ontem que saí daqui. Fiz um lanche, depois ficamos um bom tempo batendo papo e contando piadas. Falamos muito de alguns irmãos, contando histórias, etc. Almoçamos. Descansamos um pouco, depois fui tomar banho no rio. Tinha uma cobra d’água lá. No início deu medo e olhei para todos os lados para ver se não tinha outra. Lembrei então que não tinha saudado o elemento ÁGUA e prontamente o fiz. Acaso (que eu particularmente acho que não existe) ou não, ela subiu numa pedra depois desceu rio abaixo. Tomei mais coragem e confiança e continuei meu banho. Fui então escrever para depois seguir viagem para Irecê e encontrar meu irmão Geno.
Arrumei a mochila nas costas e me despedi de Seu Jura e Deinho que, pelo jeito, iam demorar apenas mais um dia para terminar a obra. D. Raimunda fez questão de me acompanhar até a entrada da trilha que dá em Catolés para que eu não corresse o risco de me perder de novo. Chegando no ponto determinado, nos despedimos e eu segui até Catolés. Antes, claro, fiz um G:. logo que ela saiu de vista para agradecer tudo até agora e pedir a orientação dos meus Guias e dos Elementais. Não demorei muito e cheguei em Catolés. Como sempre, passei dando boa tarde a todos, o que não era nem um pouco difícil, já que o que eu sentia dentro de mim era um amor forte, prestes a explodir e espargir para tudo e todos ao meu redor. Cheguei no carro, tirei a mochila e fui ligar do orelhão para Milton, que é o namorado da filha caçula de Seu Jura. D. Raimunda tinha dito que ele tinha uma encomenda que eu poderia levar para ela que estava em Salvador. Cheguei a ir na casa da mãe dele, mas não o achei. Algumas pessoas da rua falaram que ele estava na casa do tio e uma senhora foi lá chamá-lo. Ele veio e disse que a encomenda ainda não estava pronta e preferia mandar depois. Pedi para ele arranjar um pouco de água para colocar no limpador de pára-brisas do carro. Ele prontamente me atendeu. Agradeci e segui viagem.
Cheguei na BA-148, onde fica Piatã, mais ou menos às 17:40. Tinha que acelerar para não chegar em Irecê muito tarde. Primeiro por que não é bom dirigir à noite e depois por que amanhã é sexta e Geno e sua esposa Alessandra provavelmente iriam trabalhar cedo. Como a BA-148 não estava ruim, tive a oportunidade de acelerar mais. Antes de ela acabar, já anoiteceu. A estrada estava praticamente vazia. Olhei para o céu, e à minha esquerda, lá estava a E:.F:. marcando presença e protegendo seu obreiro.
Cheguei em Seabra às 18:45, liguei para Geno e avisei que estava indo visitá-los e que chegaria lá em 02 horas. Liguei para Déa e minha mãe, mas não consegui falar com elas. Mandei um SMS pra Déa informando que ia passar em Irecê, que estava com Saudades e que a Amava. Abasteci o carro e meu estômago (só um lanchinho) e segui viagem. O frentista do posto havia me dito que eram 150 Km até Irecê e que a estrada estava um “tapete”. Melhor ainda!
Segui em frente e passei por muitas cidades. Mesmo assim, na maior parte do caminho a estrada era sem ladeiras e realmente estava um “tapete”. Tomei todas as precauções para dirigir prudentemente à noite (farol alto quando não tinham outros carros, pisca quando passava ou ultrapassava alguém e muita atenção às placas).
Cheguei em Irecê com segurança às 21h. Na casa de Geno, além dele, de Alessandra (esposa) e de Paulinho (filho), ainda estava a mãe dele para me receber. Uma pessoa maravilhosa. Tomei um banho e desatamos a conversar e matar a Saudade. Eta família que eu gosto!!! Até quando estávamos jantando, não paramos de conversar. Foi muito bom ver meu amigo-irmão de longa data tão bem depois de tudo que ele passou. Ficamos conversando até 01 hora da madrugada de sexta. Realmente eu não poderia ter feito coisa melhor do que ir a Irecê vê-los. Eu sei que a verba estava apertada, mas para que serve o dinheiro senão para situações como essa? O que eram 50 reais a mais de gasolina por um reencontro como esse, que não acontecia há mais de um ano? Não tem preço!! Sem falar na surpresa de ver Paulinho enorme, que não tem nem 02 anos mas já conversa e tem uma personalidade firme. Uma figurinha!! Fui dormir depois de fazer um G:. de boa noite.

Sexta-feira 27/08/11
Acordei do sono dos justos. Bem cedo para quem tinha dormido apenas 01 hora. Acordei 07h e ninguém mais na casa estava acordado. Fiz meu G:. matinal e algumas orações. Fui para sala, e quando ia começar a aprofundar os exercícios, Alessandra acordou e foi fazer o café da manhã. Fiquei conversando com ela sobre como eles estavam após terem mudado para Irecê. Graças ao Pai, estava tudo realmente bem.  A empregada chegou logo depois. Geno acordou. Tomamos café conversando mais um pouco, depois ele foi para o trabalho e nos despedimos. Logo depois, me despedi de Alessandra, Paulinho e da empregada e também saí em viagem. Eram 08:40. Parei num posto logo à frente, abasteci o carro e saí decidido a parar só em Ipirá para outra reabastecida.
A viagem foi muito tranqüila. Estrada vazia. Tudo muito bom. Voltei refletindo que, assim como todo muçulmano deve ir a Meca uma vez na vida, todo ser humano deveria encher o tanque do carro e fazer uma viagem dessas. Sair por aí visitando as belezas da Natureza, sem é claro esquecer de visitar as Montanhas da Chapada Diamantina.
Parei em Ipirá por alguns minutos. Eram 12:10. Fui ao banheiro, abasteci o carro e comprei um lanchinho. Segui viagem o mais rápido que pude, pois Déa não tinha ido trabalhar hoje para ficarmos juntos.
O tempo voou. Cheguei em casa 14:09 e Déa já estava me esperando na garagem. Demos aquele abraço e aquele beijo de reencontro, pois depois de uma viagem dessas, acredito que nem uma pedra voltaria do mesmo jeito; quanto mais alguém que foi buscar entrar no casulo. Mas ainda falta muito para sair dele. A metamorfose continua. Devagar e sempre!!!

FIM, para um novo Recomeço

2 comentários:

  1. Gostei da última frase! Muito! ;^) A alquimia se dá aí, a cada momento.

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  2. Dan, obrigado pelo presente! Seu testemunho foi inspirador... abração

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