Toda lagarta deve entrar em reflexão profunda dentro de si mesma antes de se tornar borboleta. Assim também é o ser humano!
Compartilho aqui, algumas das minhas reflexões!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A trilha de um homem só! - Parte 05

...Continuando a quarta-feira (25/08/10)



Eram 11:35. Já que hoje seria o dia da Onilateração, fui trabalhar. Saí da barraca e fiquei um bom tempo no exercício de O:. P:. P:. N:. Tinham vários mosquitos e moscas que pareciam estar ali para testar minha perseverança. Continuei. Deixei até que o mosquito picasse meu lábio superior, mas chegou um ponto em que eu percebi que a concentração não estava satisfatória. Entrei de novo na barraca e fui fazer AUTO-PERCEPÇÃO deitado. Quando me levantei, uns 40 minutos depois, minha mão estava dormente. Fui comer um pouco. Acho que vir aqui nessas condições seria um ótimo remédio para ansiedade. Se os psiquiatras soubessem disso...
A paz é tão grande e plena que até o ato de comer é delicado e parcimonioso. A gente realmente saboreia cada coisa, cada pedaço.
Ao acabar, alonguei um pouco, escovei os dentes e recomecei os exercícios. Primeiro fiquei um bom tempo com o exercício da Circ:. Cer:. e aumentei a percepção de mim mesmo.  Senti o bater do meu coração e minha respiração como se eu fosse os próprios órgãos correspondentes. Tive a sensação de poder alterar o bater do meu coração quando quisesse. Depois, aprofundei em mim mesmo, de novo em AUTO-PERCEPÇÃO, mas dessa vez sentado. – “Tem momentos que a gente esquece que está ali. É impossível explicar. O tempo parece que pára para que possamos observar tudo de dentro para fora. Acho que esses relatos servirão muito mais para que eu me recorde da riqueza dessa viagem, pois ninguém entenderá meus relatos, a não ser que tente por si mesmo uma viagem como essa.” Quando dei por mim, alonguei de novo, dessa vez de forma mais completa e fui fazer o exercício da A:. M:.. Sentei na posição mais confortável possível na pedra e fiz o exercício com uma folha bem bonita de uma planta na entrada do Santuário. Os pensamentos quiseram me assaltar de novo. Vinham as imaginações mais esdrúxulas , mas elas não eram maiores que eu. Percebi que tudo aquilo era uma tentativa de minha mente de me afastar da novidade para manter-se com imaginária segurança, presa ao que já conhece; fugindo do novo e tentando fantasiá-lo como conhecido. Lembrei inclusive do sonho que havia tido e me entreguei momentaneamente às imaginações, pois lembrei que, se lutamos contra as coisas e não as compreendemos em sua essência, essa coisa persiste mais e nos chama mais atenção por que “quer” ser compreendida. Afinal, “experiência não compreendida é experiência que há de ser repetida.”
Deixei-me levar e dei tempo ao tempo, afinal, eu somos eternos e temos todo o tempo do mundo, mas as imaginações só insistem até que apareça o novo. A ansiedade num momento desses, apenas nos atrasa, e desvia nosso foco perceptivo. E, finalmente, as imaginações foram embora. Me entreguei totalmente à relação com aquela simples e pequena folha na aparência. Mas percebi que, a cada instante que passava, ela se mostrava mais para mim. Eu percebia com detalhes, cada veio e ruga de sua superfície e, quanto mais eu aprofundava, mais claro eu via; não só a aparência, porém aquilo que vi da essência, não pode ser descrito, pois as lentes da matéria foram retiradas momentaneamente, para que a realidade se mostrasse de forma esplendorosa. Foi mágico! – “Tenho que lembrar de falar com minha esposa para botarmos plantas em casa.”
Depois, parti para o exercício de contemplação. Sentei o mais confortavelmente que pude e fiz o T:. da G:. com foco em uma pedra do paredão logo à frente. Mais uma vez a experiência foi ímpar. Comecei a ver tudo ao redor da pedra em tons de preto, branco e cinza. Bem parecido com a experiência que tive em Janeiro e havia perguntado ao Mestre se eram os ÉTERES formadores de tudo e ele confirmou. Parecia que essas pequenas partículas se moviam, vibravam em busca de um padrão, uma harmonia, que, em conjunto, se mostrava como aquela paisagem. Uma reflexão me veio de pronto e criei uma metáfora das pedras da montanha com a humanidade: “Quando a necessidade exige, placas tectônicas se chocam e o resultado são essas elevações montanhosas, feitas de terra, mas principalmente, de pedras. Algumas mais próximas do chão, outras lá no alto. O chão é onde elas ficam niveladas, em equilíbrio. As que estão no alto, normalmente estão conectadas a outras pedras ou à terra no alto, e não “querem” largar de lá. Mas as intempéries e contingências da vida levam essas pedras a quebrarem essas ligações e descerem montanha abaixo. Algumas descem tudo até o chão, outras se agarram firmemente a outra fonte de equilíbrio momentâneo e ilusório. Mas, nessas quedas, todas perdem um pouco de seus picos, suas asperezas; o que acontece também pela ação da vida, do vento, da chuva, do fogo, etc. Mas, se virmos e tivermos a possibilidade de medir, veremos que as montanhas sempre diminuem em altura para ganhar em largura e abranger todas aquelas pedras que um dia caíram, mas agora encontram-se em equilíbrio puro e pleno, cada vez menos ásperas, cada vez mais esféricas, cada vez menos pedras e cada vez mais energia.”
Vim então escrever a reflexão que tive. Mais uma vez pude provar que Deus, a energia consciente, perfeita que a tudo envolve, penetra e vivifica, está realmente em tudo. Do macro ao micro, tudo reflete Ele. E, se compreendermos profundamente uma coisa, compreendemos tudo. Mas isso para mim foi apenas uma parte. Preciso aprofundar mais. Fui fazer mais exercícios. Eram 16:15. Ah! Me empolguei tanto com a experiência que esqueci de contar a outra. No final do exercício, quando dei atenção mais profunda a mim mesmo, vi um bebê; não sei se menino ou menina, de cabelo preto, os olhos bem fechadinhos; e estávamos de branco, molhando os pés dele na água de uma vasilha de metal.
Comecei a fazer a EXPANSÃO. Expandi para todas as pessoas que vieram a minha cabeça. Foram mais de 100, muito mais. Tanto que demorei 40 minutos só nesse exercício. Vi que já eram 17:00. Liguei o rádio e testei. Não deu nada. Ou onde eu estou não chega sinal da casa de Seu Jura, ou eles esqueceram de ligar o rádio.  Para tirar a dúvida, desci até perto da cachoeira e nada. Depois, subi o outro lado do vale e fui até o topo. Nada de novo. Quase certo que eles esqueceram de ligar. Mais uma noite seremos Deus e eu no sertão... Mas dessa vez, parece que vem chuva. Tinham umas nuvens escuras vindo de nordeste e talvez cheguem aqui. Tratei logo de arrumar a fogueira. Se ela não acendesse por causa da chuva, eu ia fazer a comida no fogareiro, na varanda da barraca.



Esperei um pouco observando o céu. Foi tudo ficando bem escuro. As nuvens negras tomaram o céu enquanto a lua não aparecia. Se eu desligasse a lanterna, era breu total. Tratei logo de acender a fogueira, mas quem disse que ela queria pegar!? Não tinha um "pé" de vento passando e o fogo nem consumia a madeira toda e já virava apenas brasa. Eu soprava e abanava com a tampa da panela e só vinha brasa de novo. Eu afastei as brasas e madeiras um pouco da pedra para ver se o fogo melhorava, mas só melhorou um pouco. Fiz a saudação do elemento e melhorou pouco também. A solução foi encher de madeira e esperar o tempo passar.
Eu coloquei a panela logo no fogo e ele foi melhorando aos poucos. Quando eu percebi que a água ia ferver e fui na barraca pegar os mantimentos, começou a pingar. Eu guardei o que pude e tratei logo de colocar os mantimentos no fogo. Percebi que a chuva era passageira. Cozinhei tudo, tirei fotos como prometido e comi na porta da barraca. Uma Delícia!!! Miojo aos 04 queijos com atum!! Hehehehe!! Esse tipo de comida na montanha a gente come rápido por que esfria num piscar de olhos. Depois, fiz um G:. de agradecimento e fiquei cuidando do fogo. Fui escrever. Comecei às 20:26. Fui fazer mais alguns exercícios psíquicos e fui dormir. Ouvi músicas enquanto me entregava aos exercícios, mas só as reflexivas! Hehehe!
“Caí no sono ouvindo as músicas. Quando a atenção reina, é incrível a diferença na hora de ouvir músicas. Quando estamos ouvindo no carro, dirigindo, só prestamos atenção na voz do cantor, nos solos e olhe lá. Mas aqui, no silêncio e paciência, onde o que reina é a atenção a uma coisa de cada vez, tanto o ato de escrever sai melhor e sem pensar muito (parece que a mão escreve sozinha), quanto, nas músicas, conseguimos ouvir cada instrumento, cada detalhe, desvendamos cada palavra, principalmente em inglês, que às vezes é difícil de entender ao ouvirmos no carro. Da até para imaginar o rosto da pessoa cantando, com a boca fazendo cada movimento ao cantar. Além disso, no carro, quando uma música está acabando, às vezes a gente muda logo para outra para não ouvir a finalização. Aqui a gente tem atenção para ouvir tudo, do início ao fim, como se fôssemos nós executando a música.”
Quando dormi, mais uma vez sonhei com muita gente. Gente até que eu não falo há muito tempo como um amigo da Pituba (onde eu morava). Ou até uma colega do 3˚ ano que nem era muito chegada e eu hoje nem sei onde está. O irmão dela no sonho tinha os olhos da cor dos dela e namorava uma outra amiga minha (C.). Nos sonhos eu estava sempre tentando ajudar alguém. Consegui ajudar meu amigo com os problemas que ele tinha  e outras mais. Mas algumas pessoas eu não tinha o que fazer. Como, por exemplo, C.. Ela e suas amigas pareciam não querer sair do estado psíquico em que se encontravam. Sonhei também com H. e T., grandes amigos, irmãos.

4 comentários:

  1. De longe, esse foi o seu melhor post... nada como descrever as descobertas e sensações...

    TFA!

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  2. Realmente! Tentar descrever o indescritível é um fascínio que persegue a humanidade há séculos!

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  3. Gostei muito deste tbm. Mas pra que tanto mistério com os nomes dos exercícios...rs. É para instigar os leitores...rs?!

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  4. Sem palavras...
    Realmente o que se sente não dá pra ser descrito, mesmo porque sentir não é cogniscível, mas sim inteligível; contudo você consegue nos dar um vislumbre daquilo que experienciou... e o mais importante, definitivamente instiga a busca de todos nós!
    Excelente!

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