Toda lagarta deve entrar em reflexão profunda dentro de si mesma antes de se tornar borboleta. Assim também é o ser humano!
Compartilho aqui, algumas das minhas reflexões!

domingo, 23 de janeiro de 2011

A trilha de um homem só! - Parte 03

A História Continua!



Terça-feira 24/08/2010

A Neblina
Eram 06:25. Acordei numa boa. O frio realmente estava grande, mas nada pelo que eu já não tivesse passado. Alonguei bastante todos os músculos que pude, fiz um G:. e fui comer. Fiz um Nescau quentinho no fogareiro que Clérisson (Kel) me emprestou, comi umas bolachas, banana e castanhas, depois, vim escrever. A garoa está molhando bastante. Esperei o céu limpar para ir para o outro santuário.
         Ledo engano. A garoa demorou muito de passar (11:30). Rearrumei as coisas várias vezes para não molhar nada, mas estava decidido a ficar ali até o sol abrir para secar tudo, principalmente o lençol. Refleti um pouco sobre o que ia fazer hoje e decidi descer o outro lado do Santuário da Luz para ver o que tinha embaixo, mesmo no meio da neblina.

Surpresa! Achei, logo abaixo, outro santuário, bem menor e todo cheio de mato. Parecia que ninguém passava por ali há muito tempo. Fiz todas as formalidade para entrar nele, inclusive um G:. lá dentro. Incrível como a cada G:. a profundidade e as sensações de energia correndo pelo corpo parecem que aumentam.
Continuei descendo para ver se achava outro santuário, mas nada. Voltei. Comecei a onilaterar às 08:45 e fiquei praticamente uma hora apenas com o exercício de estimulação da pineal (o:. p:. p:. do n:.), só no finalzinho que eu fiz a T:. M:..
Santuário abaixo do S. da Luz
Quando acabei, a neblina já estava bem melhor. Sentei e comi um pouco. Arrumei tudo exposto ao sol para secar, passei o protetor solar e fui ao outro santuário limpá-lo.
Ao terminar, despedi-me com todas as formalidades e voltei para cima. Arrumei a maioria das minhas coisas e fui escrever.
Depois de escrever, terminei de arrumar as coisas. Só num ambiente como esse de silêncio e integração consigo que percebemos o quanto criamos ou trazemos à tona pensamentos desnecessários. Enquanto arrumava a mochila, parecia que eu estava com um ipod e um fone no ouvido, ouvindo músicas das mais variadas. Isso acontece principalmente nas tarefas que já são mais automáticas. Incrível como ainda somos desatentos ao que fazemos.
Meu cajado: amigo-irmão
(Coitado, cheio de curativos! Hehe!)
Coloquei a mochila nas costas, fiz um G:. para me despedir do Santuário da Luz (O Preâmbulo) e peguei de novo a trilha. Lembrar também que vi uma garrafa de vidro, uma de plástico de 1,5L, uma de 05L e alguns sacos lá, arrumei tudo na mochila para não deixar o lixo lá. É bom alertar e avisar àqueles que fazem trilha, que devem levar o lixo que trouxeram, sempre.
A natureza é a manifestação material mais direta da divindade.  Demonstração factual das Leis Universais. Ela sobrevive a tudo. A questão é que não precisamos desequilibrá-la só para provarmos que ela pode se equilibrar novamente. Afinal, até no segundo grau aprendemos que as energias tendem sempre ao estado de equilíbrio. É a Natureza seguindo seu curso. Sermos seres conscientes, pressupõe também compreendermos que somos parte integrante desta natureza, e que o desequilíbrio que causamos nela, também estamos causando em nós mesmos. A força que ela moverá para se equilibrar novamente gerará conseqüências que nós também passaremos.
O Vale
Na descida, passei pelo portal e cheguei ao riacho que parecia não “ver” água há um bom tempo. Comecei a subir pelo outro lado do vale procurando a trilha que eu havia visto durante a descida. Deixei a mochila no vale e levei só a câmera, o GPS e o cajado. Cheguei lá em cima e tive outra grata surpresa: Achei o Santuário do Elemento Terra. Passei por ele e fui ver se tinha água na corredeira logo abaixo, onde bebemos água na trilha de Janeiro/2010. Porém, nada de novo. Tudo seco.
Subi e segui outra trilha, mas não achei mais santuário nenhum. Voltei ao santuário que tinha achado e entrei com as fomalidade, marquei no GPS e fiz um G:. de despedida. A água já estava escassa. Não via a hora de achar o santuário que eu queria para ir no rio tomar um banho e encher as reservas de água. Voltei então para onde tinha deixado a mochila e continuei a andar rumo ao rio, pois lembrava que nessa trilha tinham duas saídas que deveriam indicar dois outros santuários.
Esse eu ajudei a construir
Achei a primeira das trilhas e subi. Vi que estava indo para o Santuário que eu havia ajudado a construir no Carnaval de 2008. Adorei! Botei a mochila no canto, do lado de fora, fiz as formalidades, entrei e limpei o santuário. Por sorte, também tinham deixado lenha para a fogueira e não precisei sair para catar. Arrumei a fogueira para acendê-la mais tarde e dediquei-me a montar a barraca. Depois de tudo arrumado, peguei meu “kit banho”, a bolsa impermeável, o GPS, meu galão de 05L, o cantil e o cajado. Fui feliz da vida para o rio, sempre olhando para ver se achava a outra saída na trilha que talvez me levasse a outro santuário, mas não vi nada. Eu estava me sentindo em casa.
Cheguei ao rio e tomei um banho rejuvenescedor. Lavei cada cm2 do meu corpo. A água estava fria como de costume. O rio estava mais vazio e a vegetação havia crescido muito, mas a sensação era de primeiro banho. Vi um vulto à minha direita, enquanto me banhava e o cumprimentei. Depois, enchi o cantil e o galão e voltei. Na volta, a pilha do GPS acabou, mas não me preocupei. Seria difícil eu me perder. A trilha era clara.
Quando vi a saída que estava procurando na ida para o rio, percebi que era uma bifurcação da mesma trilha que levava para o santuário onde eu estava. Cheguei, fiz um suquinho e coloquei tudo ao meu alcance dentro ou na varanda da barraca. –“De vez em quando vêm pensamentos de meu pai, minha mãe, Déa, alguns colegas, alguns irmãos, mas decidi perseverar mais no sentido de aumentar a percepção sobre mim mesmo.” – Fiz um lanchinho na barraca mesmo e vim escrever. Durante a escrita, parece que ouvi um rosnado, mas continuei. A hora era 16:50.
Liguei o rádio e comecei a alongar os músculos dentro da barraca mesmo. Agora eu vejo a real importância destes alongamentos. Tinha percebido até uma flexibilidade maior.  –“Às vezes fico pensando no que fiz ou deixei de fazer, mas logo percebo que, onde estou não é lugar para criar ou reavivar pensamentos. Talvez o fato de eu pensar tanto nos outros seja um reflexo de saudade ou algo assim. Acho que a solitude em um lugar incomunicável é uma experiência que todos deveriam ter, por nos dar a oportunidade de passar, em um ambiente favorável, por sensações que só experimentamos na vida cotidiana, em um ambiente hostil e de forma trágica. Em outras palavras, melhor aprender pelo sentimento que pelo sofrimento. Ou, como dizem os Kardecistas, melhor pelo amor que pela dor.”
Fui então melhorar minha concentração, fazendo exercício de C:. P:. e R:., mas desta vez contando de 10.000 - 0 a 9.000 - 1.000, para aumentar a dificuldade. Passei uma hora nisso. Aí saí. Fui tentar ver se o rádio pegava e nada. Pensei: “Desta vez estou só mesmo.”(pelo menos materialmente falando)
Fui então pegar o material para fazer o fogo. Eram 18:10 ainda, mas já estava tudo escuro. Fiz o fogo e fiquei um bom tempo contemplando-o – “Essa foi a ciência de iluminação do grande Zoroastro da antiga Pérsia. Contemplar o fogo era um de seus exercícios favoritos. – Quantas coisas podemos aprender no simples contemplar do fogo?”. Depois, peguei a comida para cozinhar. Hoje, água é o que não falta. Coloquei duas sopas de frango com milho + miojo + queijo ralado. Esta sim estava de lamber os beiços. Pena que eu sempre esqueço de tirar foto. Arrumei as coisas dentro e na varanda da barraca e vim escrever. Depois, fiz o exercício da E:., mas minhas pernas estavam muito doloridas e acabei fazendo menos tempo do que queria. Deitei e fui fazer exercício de auto-percepção. Lembrei logo depois que a fogueira estava “morrendo”. Saí, coloquei um bocado de madeira para queimar e voltei ao exercício e caí no sono.

A quarta-feira vem aí! E é bem grande...

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