Para quem não sabe, fiz uma trilha sozinho em agosto/2010, durante 06 dias na Chapada Diamantina e vou usar meu blog para falar um pouco dessa experiência.
Alguns amigos já me cobravam e aí vai o relato. Depois vou publicando os outros dias.
E começa mais uma história:
Domingo 22/08/2010
Saí de casa mais ou menos às 05 horas da manhã e fui para o posto BR da Rodoviária encontrar os outros irmãos que estavam indo para Itapema fazer outro tipo de trabalho. O combinado era irmos em comboio de carros até a entrada para Santo Amaro. E assim fizemos.
No caminho para Piatã, a estrada tinha sido recentemente renovada, a não ser por alguns trechos. Mas o melhor é que não tinha quase carro nenhum. Gostei principalmente da falta dos caminhões que enchiam as BRs pelas quais passei (116 e 242).
Chegando em Piatã, liguei o GPS de trilha, mas mesmo assim, falei com um frentista do posto que me informou sobre a estrada para Catolés.
Para minha grata surpresa, os pontos que eu havia marcado no GoogleMaps corresponderam perfeitamente, com erros de apenas 20 metros em média. Continuei seguindo os pontos e confirmava sempre perguntando informações pelos vilarejos que passava. Foi tudo perfeito, pelo menos até Catolés.
A mochila pesava demais. Eram 27 Kg que eu havia pesado em casa, antes de sair de Salvador. Pensei que prejudicaria minha bacia, pois já havia apresentado uma dor do lado esquerdo há uns meses, mas agora não tinha mais jeito (eram só 5 km). Saí de Catolés às 15:30 e fui seguindo o sinal do GPS. Imaginei chegar na casa de seu Jura às 17 horas (ledo engano!!).
O terceiro ponto de coordenadas que eu havia marcado pelo googlemaps começou a mostrar que a distância aumentava à medida em que eu ia seguindo a trilha. A esse ponto eu já havia achado estranho duas cancelas que havia passado no caminho e que eu não lembrava de outras viagens. Além disso, eu estava em um descampado, cheio de bois e vacas, coisa que também não era comum nas outras trilhas que havia feito. Fiquei um pouco assustado, coloquei o GPS para buscar o ponto da casa de seu Jura e ainda faltavam 2,5km. Para todos os lados só havia morros. Para sair dali eu teria que, com certeza, subir algum deles e com aquela mochila enorme que pesava cada vez mais.
O GPS apontava leste, mas a trilha seguia noroeste. Nesse momento, percebi que a trilha verdadeira deveria estar acima à minha direita e saí da trilha seguindo uma cerca à minha direita. Pulei a cerca e vi uns canos azuis subindo o morro à direita, sem falar que à frente o morro era muito mais alto. Comecei a subir seguindo a tubulação, pois havia lembrado de umas tubulações semelhantes ao lado da trilha verdadeira em outras viagens. Fui seguindo a tubulação até chegar a duas caixas d’água pequenas de mesma cor. Vi outra trilha meio fechada que bifurcava, então segui pela que estava mais aberta e que o GPS diminuía a distância à medida em que eu andava.
Cheguei na casa de seu Jura exausto, mas como sempre, fui otimamente recebido. Eram 20h. Dei um dinheiro para Carlinhos para agradecer a ajuda e fiquei lá com D. Raimunda e seu Jura batendo papo, tomando um cafezinho (o melhor do Brasil, diga-se de passagem), jantei com eles e armei a barraca.
Ensinei seu Jura e D. Raimunda a usarem o rádio. Pedi que ligassem e aumentassem o volume todos os dias às 17h e desligassem quando fossem dormir. Era mais uma precaução caso eu precisasse de ajuda para alguma coisa. Responsabilidade e prudência são essenciais numa viagem como essa. A fé não é sinônimo de preguiça e deixar o universo conspirar e fazer tudo por nós. É fazermos nossa parte e confiar que o universo conspirará para fazer todo o resto que não esteja a nosso alcance, mas que seja essencial para a realização da obra. Afinal, todo esforço será recompensado. Uma das principais leis do universo é a Meritocracia.
Beleza irmao. Experiencia fantástica e boa iniciativa de compartilhar. Aguardarei os proximos posts. Alexandre.
ResponderExcluirPressão logo de cara... rs. Desafio e tanto, meu irmão. Estou ansioso para ler os próximos posts e acompanhar a evolução desta sua jornada.
ResponderExcluirGrande iniciativa, meu velho!
Abração,
Saulo Maciel
Fala Daniel. É Ricardo Borges. Adorei essa sua iniciativa, pois estou muito longe e saudoso de tudo isso que eu compartilhava aí com vocês. Vou tentar ir a Salvador quando eu tiver folgas e espero que seja num fim de semana de alguma viagem. Estou aguardando a segunda parte. Grande abraço e saudades.
ResponderExcluirOi amigo!Fiquei muito feliz pela sua iniciativa,pois desde que nos conhecemos e partilhamos de idéias e ideais muito parecidos e agora me deparo com mais uma,pois também já vivi e ainda vivo esta experiência da saída de nossa realidade tão "sólida" para a aventura do encontro conosco,com o outro e o "universo".Experiência única e de difícil partilha para um mundo tão abstrato em que vivemos atualmente.Porém soubeste expressar divinamente esta.Espero um dia quem sabe pessoalmente poder partilhar de sua coragem e poder falar um pouco da minha que já vem acontecendo durante 05 anos.
ResponderExcluirFelicidades e parabéns!!!!!
Bia
Xande,
ResponderExcluirFaça o seu também! Tenho certeza que vai ser sucesso. Você deve ter mais coisas do que eu para contar.
Saulo,
As outras virão. Espere até a quarta-feira!! heheh!
Ricardo,
Estamos te esperando, irmão!!
Bia,
Apresse seu blog que eu quero saber dessas historias todas! Heheheh!! Bjo!